Top lugares para conhecer a cultura negra no Brasil

O dia da Consciência Negra tem homenagens no monumento Zumbi dos Palmares, no centro do Rio de Janeiro (arquivo).

No dia 20 de novembro comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra. A data faz referência à morte de Zumbi dos Palmares, um dos principais líderes da luta dos negros no período da escravidão, mas também serve para reforçar a importância do enfrentamento ao racismo nos dia de hoje e como saudação à valiosa cultura africana em nosso país. 

O dia da Consciência Negra tem homenagens no monumento Zumbi dos Palmares, no centro do Rio de Janeiro / Imagem Tomaz Silva/Agência Brasil (arquivo)

O Dia da Consciência Negra é feriado em algumas cidades brasileiras. Portanto, é uma ótima pedida aproveitar a ocasião para fazer um passeio cultural e gastronômico por cidades onde a cultura negra conta com elementos mais relevantes. 

Sendo assim, apresentamos lugares incríveis sobre a cultura negra na Bahia, São Paulo, Brasília, Recife, Alagoas e Rio de Janeiro

Se na sua cidade não é feriado ou você não pode viajar no período, calma. Vale a pena programar o passeio em outra oportunidade. 

Pontos turísticos que reverenciam a cultura negra no Brasil

É uma boa aliar aprendizado histórico à diversão, né? Então, inclua na sua programação essas atrações situadas nestas cidades com amplo acervo cultural.

Pelourinho – Salvador (BA)

Além da arquitetura, Pelourinho em Salvador é palco também de manifestações da cultura negra / Imagem: Sidney Rocharte/ SecultBA (arquivo)

Localizado no Centro Histórico de Salvador, o Pelourinho encanta pela sua atmosfera vibrante, pelos restaurantes que oferecem deliciosos pratos e pela arquitetura de época dos casarões, museus e igrejas. Aliás, é lá que fica a Igreja da Nossa Senhora do Rosário, monumento de imensurável valor, pois foi construído pela comunidade negra e era o único local onde os negros podiam assistir missas na área.

Por ser a capital mais negra do Brasil, Salvador é um verdadeiro museu a céu aberto e conta com proeminentes marcas da cultura africana. Quer aproveitar mais? Assista os desfiles dos blocos Olodum e Ile Ayê, visite ao Museu Afro-Brasileiro, o Museu da Capoeira,  e compre souvenires no Mercado Modelo. 

Museu Afro Brasil – São Paulo (SP)

Museu Afro Brasil fica no Parque Ibirapuera, em São Paulo – Imagem Rovena Rosa/Agência Brasil.

O Museu Afro Brasil, que fica no Ibirapuera em São Paulo, confere destaque à perspectiva africana na formação da cultura e identidade brasileira. O espaço conta com um acervo de mais de seis mil obras; entre gravuras, pinturas, documentos, objetos etnográficos e fotografias de artistas de outros países e do Brasil, que foram elaborados desde o século 18 até dias de hoje.

Ainda na capital paulista, o viajante que se interessa pela cultura negra pode ir aos ensaios das escolas de samba ou visitar a Galeria do Reggae na República (região central) e o Centro Cultural de Culturas Negras do Jabaquara. Imaginou o passeio? Não tenha dúvidas de que os seus dias na maior cidade brasileira serão bem movimentados.

Monumento do Quilombo dos Palmares – União dos Palmares (AL)

O município alagoano de União dos Palmares tem como principal ponto turístico o Monumento do Quilombo do Palmares. Tombado como Patrimônio Histórico, o atrativo fica na região da Serra da Barriga, local onde cada visitante poderá conferir em detalhes o maior quilombo das Américas e conhecer um pouco sobre a luta travada pelos negros durante a escravidão.

Além desse relevante tour histórico, quem visita a região central de União dos Palmares poderá comprar produtos de artesanato. A produção é da comunidade quilombola que lá reside. Também vale conhecer a Casa Jorge Lima, que homenageia o reverenciado poeta de Alagoas. 

Praça dos Orixás – Brasília (DF)

Praça dos Orixás, em Brasília, recebe celebrações no Ano Novo - Imagem: Renato Araújo/Agência Brasília (arquivo 2017)
Praça dos Orixás, em Brasília, recebe celebrações no Ano Novo – Imagem: Renato Araújo/Agência Brasília (arquivo 2017)

A Praça dos Orixás é um pedaço da África em Brasília. Declarado Patrimônio Imaterial do Distrito Federal – do mesmo modo que a Festa de Iemanjá –, o lugar conta com símbolos religiosos do candomblé e da umbanda e fica na Prainha, perto do Lago Paranoá.

Durante a festa de ano novo acontecem shows musicais, queima de fogos e muitos devotos colocam suas oferendas na praça. 

Museu da Abolição – Recife (PE)

Encontro de Maracatus em Recife / Imagem: Bruno Campos/PCR)  Carnaval 2015
Encontro de Maracatus em Recife / Imagem: Bruno Campos/PCR) (arquivo 2015)

O Museu da Abolição, em Recife, foi criado para valorizar, preservar, difundir e servir como espaço de pesquisa da cultura afro-brasileira. Inaugurado em 1957, o espaço oferece muitas exposições interessantes ao longo do ano e é mais um valioso destino da eclética capital pernambucana.

Depois de ir ao museu, visite também a Igreja de Nossa Senhora de Rosário dos Pretos. Não deixe de prestigiar eventos com maracatu e manguebeat, movimento de imensa relevância, que mescla música eletrônica e elementos da cultura africana. Uma das grandes vozes do manguebeat e principal referência foi o músico Chico Science. 

Cais do Valongo – Rio de Janeiro (RJ)

Lavagem é feita no Cais do Valongo, no Rio de Janeiro / Imagem: Foto Tomaz Silva/Agência Brasil.

O Cais do Valongo foi o mais importante porto escravista das Américas e recebeu cerca de 1 milhão de escravos em aproximadamente 40 anos. Localizado na zona portuária do Rio de Janeiro em região conhecida como Pequena África, esse Patrimônio Cultural da Unesco marca um triste capítulo da história do  humanidade. Descoberto recentemente, o cais foi construído em 1811 e somente foi revelado em 2011 após as escavações nas obras do Porto Maravilha

Depois da visita, continue na Pequena África e conheça a Pedra do Sal, o bairro negro mais antigo do Rio e região onde o samba carioca nasceu. Aliás, nas noites de segunda, sexta e em alguns sábados o local recebe uma concorrida roda de samba. Se você gosta de um agito, não perca!

E aí, ficou com vontade de viajar para cada uma dessas cidades? Continue a leitura, pois no próximo tópico você vai descobrir surpresas de dar água na boca. 

Que tal provar a culinária africana?

Do mesmo que é ótimo aprender história se divertindo em pontos turísticos bacanas, é, literalmente, uma delícia conhecer a cultura africana saboreando pratos bem elaborados, concorda? 

Assim, destacamos três ótimos restaurantes no Rio de Janeiro, em São Paulo e Salvador.  Bom apetite!

Casa Omolokum – Rio de Janeiro

Prato da Casa Omolokum, na Pedra do Sal, no Rio de Janeiro / Divulgação: Facebook.

Se você estiver na Pedra do Sal, faça um pit stop na Casa Omolokum, um restaurante que tem como proposta conectar cada cliente à multifacetada cultura africana; seja nas releituras de comidas de terreiro, ou nas apresentações de percussão, DJ e mostras artísticas.

Sugestão: prove o acarajé apimentado e crocante, o arroz de hauaça – prato nigeriano com arroz de côco, carne seca frita acebolada e moqueca de camarão – e finalize o tour gastronômico com um pudim de milho de lamber os dedos. 

Congolinária – São Paulo

Restaurante de Pitchou Luambo apresenta a cozinha do Congo / Divulgação Facebook.

O restaurante Congolinária, que fica no Sumaré, foi criado pelo chef Pitchou Luambo com o objetivo de apresentar a gastronomia da República Democrática do Congo em terras paulistanas.

As sambusas – pequenos pastéis recheados com vegetais –, a coxinha recheada com creme de girassol e espinafre e a feijoada preparada com feijão preto refogado no azeite de dendê, mix de cogumelos e legumes, são opções irresistíveis do cardápio. Passa lá, pois além de aprovar os pratos, você vai amar o atendimento da casa.

Restaurante Zanzibar – Salvador

Restaurante Zanzibar mistura ingredientes da culinária brasileira e de Benin / Imagem: divulgação Facebook.

Os sabores africanos estão presentes em distintos trechos de Salvador, mas se você escolher o Restaurante Zanzibar, que fica no bairro Santo Antônio Além do Carmo, não vai se arrepender. Com toques da culinária brasileira, a casa oferece menu inspirado em Benin, ou seja, espere por uma miscelânea de sabores que, decisivamente, dá certo.

O que pedir? Vale saborear o prato ébulu fulô – peixe temperado com gengibre, purê de banana da terra e molho de camarão – e experimentar a batida de gengibre com cachaça. 

Na expectativa por um passeio memorável? Programe já uma viagem para esses destinos de imenso valor cultural!

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